As Empresas Familiares e a Sucessão

As Empresas Familiares e a Sucessão
Blog / Literacia Financeira

As Empresas Familiares e a Sucessão

O tecido empresarial português é composto por uma grande variedade de empresas, desde pequenas e médias empresas (PMEs) a grandes empresas multinacionais. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Portugal, em 2019, existiam cerca de 1,1 milhões de empresas ativas em Portugal, das quais a grande maioria (cerca de 98%) eram micro, pequenas e médias empresas.

Segundo o INE, em 2020, os setores com maior número de empresas eram:

. Comércio por grosso e a retalho;

. Reparação de veículos automóveis e motociclos;

. Indústrias transformadoras;

. Construção;

. Atividades imobiliárias;

. Alojamento e restauração.

Em Portugal, a grande maioria das PMEs são empresas familiares. Estas empresas são geralmente controladas e geridas por membros da mesma família, que detêm a maioria do capital e estão envolvidos nas principais decisões de negócio. De acordo com dados do Observatório das Empresas Familiares, em 2020, cerca de 89% das empresas familiares em Portugal eram PMEs.

Existem várias grandes empresas familiares que desempenham um papel importante na economia nacional. Algumas das maiores empresas familiares em Portugal incluem:

 – Sonae: Fundada em 1959 por Belmiro de Azevedo, a Sonae é uma empresa de retalho e de investimento com um portfólio diversificado de negócios, que inclui a Sonae MC (que detém a rede de supermercados Continente), a Sonae Sierra (que gere centros comerciais) e a Sonae Capital (que investe em diversas áreas, como energia, turismo e imobiliário).

 – Jerónimo Martins: Fundada em 1792, a Jerónimo Martins é uma empresa de retalho que opera principalmente no setor alimentar. É proprietária da rede de supermercados Pingo Doce e do grupo internacional Biedronka.

 – Mota-Engil: Fundada em 1946 por António Manuel da Mota, a Mota-Engil é uma das maiores empresas de construção e engenharia em Portugal, com presença em vários países.

 – José de Mello: Fundada em 1921, a José de Mello é um grupo empresarial com interesses em diversos setores, incluindo energia, ambiente, saúde, mobilidade e logística.

 – Delta Cafés: Fundada em 1961 por Rui Nabeiro, a Delta Cafés é uma empresa de torrefação e distribuição de café, que se tornou uma das marcas mais conhecidas em Portugal e em vários mercados internacionais.

 – Pestana Hotel Group: Fundada em 1972 por Dionísio Pestana, o Pestana Hotel Group é uma das maiores empresas hoteleiras em Portugal, com presença em vários países. Além dos hotéis, o grupo também tem negócios em outras áreas, como imobiliário, golfe e casinos.

 – Ramada Investimentos e Indústria: Fundada em 1981 por Manuel Champalimaud, a Ramada Investimentos e Indústria é um grupo empresarial com interesses em diversas áreas, incluindo turismo, imobiliário, energia e saúde. O grupo controla várias empresas, como a HPA Saúde (que opera hospitais privados), a ANA Aeroportos (que administra vários aeroportos em Portugal) e a Luz Saúde (que opera clínicas e hospitais).

As empresas familiares são um elemento importante do tecido empresarial português, uma vez que contribuem significativamente para a economia e para a criação de emprego. No entanto, as empresas familiares enfrentam desafios específicos, como a gestão de conflitos familiares e a sucessão, que podem afetar o seu sucesso a longo prazo. Por isso, é fundamental que as empresas familiares adotem boas práticas de gestão e planeiem cuidadosamente a sua sucessão para garantir a continuidade do negócio.

A sucessão é um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas familiares. Algumas das questões mais comuns que as empresas familiares enfrentam em termos de sucessão incluem:

 – Conflitos familiares: As empresas familiares podem enfrentar conflitos internos relacionados com a sucessão. Pode haver divergências entre os membros da família em relação às estratégias de negócio, à escolha do sucessor ou ao papel que cada um deve desempenhar na empresa.

 – Falta de planeamento: Muitas empresas familiares não planeiam a sucessão com antecedência, o que pode levar a uma transição desorganizada e custosa. A ausência de um plano claro para a sucessão pode causar incerteza e conflito na família, e pode resultar em decisões mal informadas.

 – Competência e qualificações: Nem sempre o sucessor natural de uma empresa familiar é a pessoa mais qualificada para liderar a empresa. Algumas empresas familiares podem enfrentar dificuldades em encontrar um sucessor com as habilidades, competências e experiência necessárias para liderar o negócio.

 – Resistência à mudança: As empresas familiares podem ter dificuldade na adaptação a mudanças no mercado ou na indústria. O sucessor pode ser relutante em adotar novas tecnologias ou abordagens, o que pode prejudicar a empresa no longo prazo.

 – Continuidade dos valores familiares: Muitas empresas familiares têm valores e tradições que são importantes para a família e para a empresa. A transição de liderança pode ser desafiadora se o sucessor não pautar esses valores ou não se importar com a continuidade da cultura da empresa.

Para superar esses desafios, é importante que as empresas familiares implementem um plano de sucessão bem estruturado e comuniquem claramente as expectativas em relação à sucessão para todos os membros da família. Além disso, as empresas familiares devem considerar a contratação de consultores externos ou especialistas em sucessão para ajudar a garantir uma transição suave e bem-sucedida.

Na Valuing Tools certificamo-nos que obtém toda a ajuda necessária numa das fases mais importantes do planeamento da sucessão, que passa pela avaliação de mercado dos capitais próprios da empresa. Para esse efeito pode contar com os nossos consultores, devidamente especializados para avaliação de empresas.

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